sábado, 27 de abril de 2019

Filhos da Mãe - Resenha

Olá amantes dos Livros!
Hoje venho compartilhar com vocês, minha experiência de leitura com esse livro lindo que recebi há poucos dias...


Filhos da Mãe
Uma antologia de poesias,

organizada pelo escritor Diego Demétrius Fontenele.
Já tive oportunidade em outros momentos, de ler livros de antologias em que o Diego participa, e até mesmo o livro dele (Despertar e Outros Poemas). E sou fã da forma que ele escreve.
Sempre falo por aqui, o quanto gosto de poesias, até costumava escrever algumas de vez em quando (rsrs). E para mim, esse é o gênero literário que mais consegue expressar e dar  vida à sentimentos. 

Comove... sensibiliza... desperta sentimentos... inspira e encanta o leitor.

No livro Filhos da Mãe, o Diego escreve, juntamente com sua mãe, (Cláudia Fontenele), suas irmãs (Débora Fontenele e Ravena Fontenele), Seu primo (Arthur Torres) e seu grande amigo (Elisafã Martins).

Gosto de ir lendo aos poucos e "degustando" cada uma das poesias e foi o que aconteceu com esse livro. 
Cada poesia nos desperta sensações diferentes e aos poucos vamos conhecendo as características de cada uma das pessoas que a escreveu... logo me peguei identificando o (a) autor (a), sem mesmo precisar olhar o nome, que fica no canto superior direito das páginas.

As poesias do Diego, expressam com perfeição o coração que ele tem. Não o conheço pessoalmente, mas já somos amigos virtuais e parceiros literários há algum tempo.

"...
Sei que não se faz mais saudade
Como antigamente se fazia
Hoje é tudo tão fácil
Tão perto
Ao alcance de um toque
Uma ligação
E ao mesmo tempo tudo tão difícil
Tão frio e distante.
..."
Carta - Diego Demetrius


E gostei bastante de conhecer a escrita de todos os outros... A Cláudia me despertou uma conexão instantânea muito boa, ler o que ela escreveu, me fez ter a certeza que seria ótimo sentar para "batermos aquele papo", e compartilhar experiências da vida, acredito que seríamos boas amigas rsrs. Acho que vi a mim mesma, em alguns momentos, nos sentimentos expressados nas poesias dela.


"É tempo de poesia
As flores se enfeitam
De vivas cores.
Os pássaros cantam
E encantam com
Suas plumas renovadas.
É tempo de poesia.
A natureza está exuberante.
A fauna e a flora se enchem
De vivacidade e harmonia.
Vamos festejar a vida.
Vida dos pequenos e dos grandes.
É tempo de primavera!
É tempo de poesia.
Tempo dos amantes
Caminharem de mãos dadas.
É tempo de escrever
Em nostalgia, nas madrugadas.
É tempo de poesia.
Pintar com cores vivas
O amargor da vida.
É tempo de poesia.
Receber uma cascata
De emoções ditas.
É tempo de poesia.
Gotas de chuva
Caem no meu coração!"


É tempo de poesia - Cláudia Fontenele

Gostaria de destacar também aqui, o quanto admiro os desenhos da Ravena, sou seguidora no instagram e sempre me encanto com seu talento. Além de escrever, a Ravena também é responsável pelas ilustrações do livro, inclusive da capa. Parabéns, moça! 



Quanto à edição, o livro é pequeno (72 páginas), possui páginas amareladas e não encontrei erros ortográficos. A diagramação está linda e dá para percebermos o carinho pela qual foi preparada.





quinta-feira, 11 de abril de 2019

100 Dias na Terra - Resenha

100 Dias na Terra

Rúbia Albuquerque

Ano: 2017 
Páginas: 220
Idioma: português 
Editora: Upbooks
Sinopse
Calebe é um morador de Lundi que tem como missão passar 100 dias no Planeta Terra enquanto recolhe informações para um relatório sobre como os habitantes do Planeta Terra estão sendo afetados pela Grande Guerra - um conflito entre o bem e o mal que já dura milênios.
Ao conseguir um trabalho como fotógrafo em um documentário, ele passa a maior parte do tempo viajando ao redor do mundo para contar histórias relacionadas a grandes tragédias. A equipe começa filmando no Brasil, conversando com parentes das vítimas de um grande acidente aéreo, depois Grécia, onde conhecerá histórias de refugiados e pessoas que procuram ajudá-los, Índia – país onde a cada 21 minutos uma mulher é estuprada, Indonésia, Malásia e Tailândia, países mais atingidos por um tsunami, Ruanda, com suas trágicas histórias do genocídio, França e suas marcas devido aos atentados terroristas e finalmente os Estados Unidos e as lembranças do 11 de setembro.
Calebe chega aqui com uma visão própria de um observador distante, mas isso logo muda enquanto ele vivencia novos sentimentos e situações ao conviver com pessoas daqui - especialmente uma colega de trabalho, Maria Eduarda, ou Madú.
Neste livro, ficção e realidade se misturam para trazer ao leitor não apenas momentos de entretenimento, mas também de reflexão em relação a si mesmo e o mundo em que vive.

"No começo achei que o período que iria passar aqui era longo demais, mas agora me pergunto se será suficiente"

A grande Guerra está se aproximando do desfecho e esse conflito entre o bem e o mal já dura milênios.

Calebe é habitante do planeta Lundi , um planeta de outra galáxia - a qual nós chamamos de Andrômeda -, o planeta Lundi é 11 vezes maior que a terra. Todos os habitantes vivem em harmonia onde cada um se importa com o bem-estar do outro, desde a infância Calebe sempre sonhou em conhecer o planeta terra - o planeta caído - e por isso se voluntariou para essa missão. O que ele nunca imaginou é que, mesmo tendo estudado muito sobre esse planeta, viver essa experiência o surpreenderia tanto.

"Como uma raça inteira poderia estar tão degradada? Como os terráqueos não se preocupam com a deterioração da sua própria espécie? Como todas aquelas pessoas conseguiram passar direto, sem ao menos um simples olhar de compaixão?"

Todos esses questionamentos começaram a surgir após Calebe passar pelas ruas e ver pessoas nas calçadas, pedindo dinheiro e comida.
Em sua missão de 100 dias na terra Calebe precisa conhecer o máximo sobre a humanidade para fazer o seu relatório e após buscar por emprego, conseguiu se encaixar em um documentário que seria gravado em uma viagem a vários países, para retratar como pessoas de diferentes culturas lidam com a dor.  Calebe foi contratado como fotógrafo, e se revelou um expert em captar na fotografia a verdadeira essência do momento.

Ao longo de sua jornada Calebe se torna um deles e até chega a vivenciar... sentir na pele, as suas dores. Conhece novas pessoas, novos amigos, e entre eles posso destacar Madú e Tomás, dois personagens que acabam fazendo uma grande diferença na vida dele.

100 dias na terra é um romance de ficção científica Cristã, gosto muito de ler Sci-Fi, e fiquei muito curiosa quando li a sinopse. Confesso que de antemão, já estava encantada pela capa  - e sim, sou dessas! 😌

E fiquei feliz ao ler o livro e superar as minhas expectativas. A Rúbia  Albuquerque, conseguiu unir realidade e ficção de uma forma admirável.

Quando viajamos juntos com os personagens e conhecemos sobreviventes de catástrofe, como o tsunami na Indonésia, genocídio na Ruanda, entre outros fatos reais, porém citados através de entrevistas com personagens (fictícios) sobreviventes, falando sobre como tudo aconteceu e como eles conseguiram lidar com tudo isso, é impossível não se sensibilizar  com esses relatos,  que não são histórias reais mas até poderiam ser, afinal a mídia mostra tudo que acontece de ruim mas pouco sabemos (ou fazemos), sobre algo realizado para amenizar as dores dessas pessoas a longo prazo.

"Essas pessoas estão dispostas a falar de algo muito difícil e dolorido algumas superaram outras não. Se abrimos as feridas, nós precisamos saber fechá-las. Seria errado fazê-las falar sobre um tema delicado e depois ir embora"

Difícil não ser tocada ao ver tudo que acontece em nosso planeta pelo ponto de vista de alguém que vive em um mundo perfeito e na presença do eterno, e não parar para refletir.

Será que fazemos algo para melhorar a vida de quem está à nossa volta? Todos os dias nos deparamos com cenas, atitudes, que não deveríamos enxergar como algo normal, mas já nos acostumamos com isso, e ao ler esse livro muitas vezes me surpreendi com  o quanto a humanidade tem se tornado cada vez mais desumana.

O fato de ser um livro Cristão, e em vários momentos falar sobre Deus - O Eterno - não é algo que impõe uma religião. O protagonista sempre que questionado sobre suas crenças em seus diálogos com os amigos, coloca de forma simples sua fé no eterno e o amor que ele tem por cada um de nós, com o intuito de mostrar que podemos fazer a diferença nas vidas das outras pessoas e também na nossa.

Quanto a edição Eu gostei muito da diagramação, temos algumas folhas pretas, com papel que possue semibrilho. Nessas páginas as fontes são brancas e elas se encontram no início do livro e entre os capítulos. Não encontrei erros ortográfico, as páginas são amareladas e as fontes de um bom tamanho para leitura. 
A Rúbia ainda cita durante a Trama escritores e livros que gosto bastante  -Vou deixar um exemplo aqui -,  em alguns momentos ao fim das reportagens, deixa uma nota sobre quando, onde e como aconteceram os fatos reais abordados no livro.

"Somente quem ama tem ouvidos capaz de ouvir e entender as estrelas - Olavo Bilac"

Super indico o livro, e se você já leu, gostaria de saber suas impressões!